O estranho mundo em que vivemos mas especialmente, o estranho que me sinto e o monstro em que me começo a tornar...É Horrível.

terça-feira, maio 16, 2006

O casamento - Parte III

O final do casamento (saída da igreja): Lá vem o arroz para cima da cabeça e para dentro dos olhos. Uma pessoa acaba de se casar e corre logo o risco de ficar permanentemente cego. É que o arroz é para atirar ao ar para cair em cima dos noivos e não para fazer pontaria e força para acertar nos noivos, há essa pequena diferença. Acho que serpentinas era melhor porque pelo menos não aleijavam. Claro que ficava mais ridículo mas, a segurança tem de estar em cima de tudo. Depois temos aqueles convidados que gostam de passar por palhaços e se entusiasmam e dão “porrada” aos noivos como se fosse uma coisa boa.
As fotografias: A parte em que todos lutam para ser os primeiros. Altura também em que todos falam mal uns dos outros quando são ultrapassados. Os noivos esses têm de fazer cara bonita a tudo. As fotografias precisam de ficar mesmo bem PORQUE É UM CASAMENTO. É altura muito penosa porque é o que antecede o comer, a parte que todos mais ambicionam. Alguns nem querem ficar bem na foto, querem é ficar para despachar. A maior parte mata-se e mata para tirar as fotografias e depois quando é para comprar nem lá aparecem. A foto de grupo é deveras ridícula pois o objectivo é aparecerem todos e na foto final nem se consegue ver nada porque fica tudo muito longe.
A viagem de carro para o restaurante: Implica o regresso dos apitos. Implica competição para ver quem chega primeiro. O noivo arrisca-se a levar com um carro em cima só porque alguém que ele conhece quer ser o primeiro a chegar e, está para isso, disposto a atropelar alguém. Tudo para que um dia possa dizer: “Ainda te lembras que fui o primeiro a chegar ao restaurante?” só para ouvir a resposta “Sim, lembro”. É ridículo também que entre a Igreja e o local da comida ás vezes a distância ultrapasse 50 km. Qualquer dia à gente a casar em Viseu e a ir comer a Kinshasa. Por ser mais barato.