Os tolos II

Temos de actualizar os tolinhos de Viseu. Acrescento mais três. O maluco da paragem do autocarro, a tolinha do fósforo e o tolinho do Benfica. O maluco da paragem é um homem que está como o nome diz sempre na paragem do autocarro. Até aqui tudo normal mas, o problema é que está mesmo sempre. Passem os autocarros ou não o homem não sai de lá. Ele deve adorar aquela sensação de estar à espera do autocarro, o pensar se vem a horas ou não mas depois, quando ele chega, senta-se e recomeça a viver a sensação da “espera do autocarro”. A tolinha do fósforo é uma mulher que frequenta um dos cafés que eu gosto também de ir. Fuma logo perfume de lume. Está fora de questão o uso de um isqueiro e, por isso, pede sempre fósforos. Só por isso já merece o nome de tolinha do fósforo mas ainda por cima ela nunca consegue acender o cigarro com um fósforo. Ela usa para aí uma caixa de cada vez logo, dois cigarros duas caixas de fósforos. Outros dos pormenores é que fala sozinha e uma vez ao acender um fósforo conseguiu a brilhante proeza de fazer passar um fósforo a dois centímetros da minha cabeça. Quando passou por mim o fósforo ainda ia acesso. Corri perigo de vida. Finalmente o tolinho do Benfica é um homem que anda sempre com uma camisa do Benfica e com uma bandeira do nas costas. Quando a assistir aos jogos, de 5 em 5 minutos levanta-se e grita qualquer coisa como se fosse golo, não lhe interessando se é golo, se é canto ou se está no intervalo. Cheira a mijo e provavelmente a outras coisas mas não posso dizer o que porque nunca estive a menos de 20 metros dele. A caminhar ele tem também uma característica que é a seguinte: só pára quando bate em algum lado (tipo carros). E é isto.