O estranho mundo em que vivemos mas especialmente, o estranho que me sinto e o monstro em que me começo a tornar...É Horrível.

sexta-feira, julho 27, 2007

O homem da bicicleta

Tenho encontrado por esta vida fora muita gente estranha. As que me vou lembrando escrevo e, nesse sentido, posso dizer que tenho mais um a comunicar. Esta pessoa só tem um tema de conversa, as voltas que dá de bicicleta. Nunca ouvi o homem a falar de outra coisa que não fosse a bicicleta. Para ser mais justo é o seguinte, ele não consegue falar em nada que, mais cedo ou mais tarde, não envolva as bicicletas. Por exemplo, ele não consegue falar de compras sem dizer que podia ter comprado uma luz para a bicicleta que faz falta quando anda de noite. Tirando o inicial bom dia, é só bicicletas. Ou andou 25 km ou andou 70 km ou só ele é que aguenta o ritmo ou só ele é que aguentou a subida ou conhece todas as zonas por onde se pode andar de bicicleta. No outro dia até pensei que fosse mudar alguma coisa no discurso porque se estava a discutir qualidades de carros. Porém, a meio da conversa dispara: só ando de carro quando não tenho mesmo outra oportunidade porque prefiro muito mais andar de bicicleta e mesmo levá-la para o trabalho porque há sempre lugar. Com este não vale mesmo a pena, é sempre sempre a mesma coisa. E como é que me lembrei hoje de falar neste assunto? Lembrei-me porque acabei de ir tomar café aqui com o pessoal do serviço e ele comeu um bolo. Um deles virou-se e disse: Um bolinho para ter força…Ele: força tenho eu que ainda ontem fiz 70 km e só parei para tomar um café e comer um bolito e, para mais, tinha vindo de fazer 25 km à noite sozinho. Ele podia era ir fazer a volta a Portugal porque dá-me ideia que ele conseguia aguentar, pelo menos de garganta. Um dia hei-de ir com ele e não vou achar estranho se o apanhar com uma bicicleta daquelas cor-de-rosa com cestinho à frente e com as rodinhas na parte de trás. E sem falar na campainha.
Agora pensem comigo, ás vezes as conversas de carros chegam a um ponto em que até já começa a chatear por isso pensem no chato que é estar sempre a ouvir falar de bicicletas. Ando cansado.