O estranho mundo em que vivemos mas especialmente, o estranho que me sinto e o monstro em que me começo a tornar...É Horrível.

quinta-feira, maio 10, 2007

Novela - Artur - Parte II

Artur sempre foi um homem calmo e ponderado. Com a sua criatividade, conseguia pegar num palito e criar uma arma de arremesso à sua esposa da vida. Bater na mulher era das poucas alegrias que Artur tinha. Como os amigos era visto como um triste e com a família como um burro. Fisicamente era horrível chegando a ter mesmo um corpo totalmente torto. Uma cara horrível, um caminhar ridículo e uma atitude perante a vida de completa carraça. Viver à conta dos outros sempre tinha sido o seu lema. Ele é daqueles que nem se importaria de casar e viver em casa dos pais, não pagando nenhuma despesa e, se possível, comendo da comida dos outros. Na escola foi sempre um fracasso e um professor terá um dia dito que Artur teria um grão de milho dentro da cabeça. Na altura ele entendeu aquela mensagem como um claro elogio e, mesmo hoje, continua a utilizar essa expressão do professor como forma de impressionar os amigos. As gargalhadas que todos dão na altura em que ele conta estas coisas provam, para ele, da importância de tais declarações. Acha-se o maior garanhão do mundo mas, na verdade, todas que conquista cedem derivado ao medo que sentem dele. Também gosta de homens e nisso, herdou o gosto do pai que, para além do vinho nunca dispensou um rico homem a arranhar-lhe as costas. Artur também gostava. Entre as outras principais características de Artur destacam-se o seu gosto pelo roubo, pela mentira e pelo chorar para pedir dinheiro. Nunca ninguém em Portugal continental teve tantas multas para pagar. Curioso para quem nem carro tem e anda no da mulher. Se ele fosse qualquer outro animal que não o homem, Artur seria certamente uma derivação de carraça (já referida anteriormente) ou sanguessuga. Tirando a porrada na mulher e o dinheiro, nada mais lhe dá gosto. Vontade própria não tem, e pode ser controlado por qualquer pessoa ou animal. Uma vez – contam – terá mantido uma conversa com um ramo de pessegueiro e, ao que parece, terá perdido a discussão. O normal. Entre os tiques que tem podemos referir o seu gosto pelo coçar dos tomates (em qualquer altura e em qualquer lugar), o gosto pelo cumprimentar as pessoas com palmadas laterais nos braços e finalmente um riso irritante que faz lembrar as hienas da savana africana, naquela altura que estão com o cio. Sendo o maior burro do mundo, nunca o assume perante ninguém e, quem conseguir manter uma conversa com ele que dure mais de dez minutos (e em que ele não peça dinheiro) vai perceber que ele tem sempre uma resposta para tudo que, porém, está sempre errada. Sempre. Sexualmente é estéril e carrega uma série de doenças onde se destaca a sífilis. Normal para um homem que não tem higiene íntima. Água naquele corpo é quando chove e ele não tem hipótese de se refugiar em algum lado. Não gosta de água pois segundo ele: lhe retira a pureza do corpo. Pureza neste sentido é as crostas de lixo que carrega por cima da sua pele escura e asquerosa. Homem que mesmo fazendo a barba parece sempre que a tem por fazer e que nunca consegue manter um aspecto saudável. O homem é nojento e há quem diga que já o viu comer pedaços de merda acabadinhos de cair do cu de um cão. Vai continuar esta história.