O estranho mundo em que vivemos mas especialmente, o estranho que me sinto e o monstro em que me começo a tornar...É Horrível.

sexta-feira, dezembro 30, 2005

Viseu


Hoje vou escrever um post sobre algo que me diz muito. Algo sobre o qual eu já deveria ter feito referência à muito, a cidade de Viseu. Não é a minha terra natal, não foi aqui que nasci mas, sinto-me como se o tivesse feito. Nasci em Lisboa e, quando mais novo, era motivo de orgulho e era algo que usava para impressionar os colegas de turma. A sério, eles todos eram de Viseu e eu dizia sempre: - Eu sou de Lisboa, e eles todos de boca aberta. Hoje em dia, ter nascido em Lisboa é apenas um pormenor na minha vida. Até gosto da cidade, gosto de lá ir, gosto mesmo da confusão mas, aprendi a adorar Viseu. É outro patamar, já nem é gostar, é adorar. Nem quero falar se é grande, se é pequena, se é calma, se é perigosa, simplesmente é Viseu e simplesmente é maravilhosa. Rossio, Parque, Fontelo, Feira de S. Mateus, Sé, Rua Direita, Cava de Viriato, Avenida da Europa e tantas outras zonas que tornam a Cidade Jardim na “mais linda” de Portugal. E sim, também temos malucos (post antigo refere os mais conhecidos) e cada dia que passa vão aparecendo novos. Agora anda um tolinho que se destaca pelo seu andar completamente desarticulado e sem sequência lógica, juntando a isso o facto de carregar com um rádio na mão, rádio esse que possui uma antena de razoáveis dimensões (não sei se o rádio funciona). Já me esquecia, mas ele fala sozinho se bem que, ser tolinho implica logo isso. Bem, mas Viseu é linda e, se não fores de cá nunca cá venhas pois depois, nunca mais de cá sais. É uma cidade em pleno crescimento e isso, torna-a em algumas alturas menos agradável de ver. Mas é isso, tudo tem um preço e o desenvolvimento tem custos, não só financeiros. Temos muitas gruas à vista e até temos árvores de Natal com gruas enfiadas no meio mas, um dia as gruas vão desaparecer – mais afastadas do centro, espero – e aí ficará a beleza pura da cidade a beleza que ainda não encontrei em mais nenhum outro local do país. Temos o calor mais agradável de Portugal, temos o frio mais fresquinho e até temos um rio que cheira mal mas que nos permite ver ratazanas em estado selvagem, e sapos do mais lindo que se possa imaginar. É a nossa National Geographic, ao vivo e a cores. Estou a ficar velho, sou do tempo em que ainda se andava de barco no rio, sou do tempo em que as ratazanas tinham medo do rio. Agora, utilizar ali remos, só se for para matar ratazanas ou alguma evolução mutante do animal. Bem, mas até o rio está a mudar e espero um dia poder voltar a andar de barco no nosso rio Pavia. E mulheres bonitas então nem vale a pena falar muito pois, é sabido que são as mais bonitas do mundo. Claro que algumas trocam o b pelo v e bice-bersa (já a pensar nelas), claro que terminam as palavras a assobiar, claro que algumas são parolas mas, são as parolas mais bonitas e com assobio a condizer de Portugal. A elas o obrigado por embelezarem Viseu e destruírem o Português falado. São elas as mães do futuro de Viseu e da beleza infinita da cidade. Temos o lixo mais bonito de Portugal, os autocarros mais sexy’s, os acidentes de carro mais deliciosos, as rixas de rua mais elegantes, a chuva mais chuvinha e boa, a água mais límpida, o sangue mais corridinho, as árvores mais direitinhas e ramosas (muito ramos), os animais selvagens mais…mais…mais...bem, selvagens e o clube de futebol mais existe-não existe de Portugal. Viseu é linda, até temos pavões ao ar livre e eles não fogem, por alguma razão será não? Quando me perguntam se sou feliz respondo sempre: - “Claro, vivo em Viseu”